Aproveitando que o dólar está tão caro, que tal viajarmos pelo Brasil? Sabia que temos uma beleza que o resto do mundo não chega nem perto??? A Chapada Diamantina é uma delas!
Fiz essa viagem ha 2 anos atras e uma pessoa muito importante nesta viagem foi o nosso super guia Marcelo que tem uma agencia de passeios na Chapada Diamantina e nos acompanhou em quase todos os passeios! Eu recomendo muito fazer os roteiros através de uma agencia pois os lugares não são perto e tem horários específicos para conhecer para aproveitar a melhor luz!
O acesso à Chapada Diamantina pode ser feito de 3 maneiras: avião, ônibus ou carro. A mais fácil seria de avião. A Azul é a companhia aérea que faz vôos regulares na rota Salvador-Lençóis-Salvador todas as quintas e domingos. Caso voce decida ir de ônibus, há saídas de Salvador todos os dias para Lençóis e essa viagem demora em torno de 7 horas.
A cidade de Lençóis é super fofa, quase toda de pedra com casinhas bem antigas que contam a sua história e restaurantes deliciosos. Um charme! A rua da Pedra, a mais famosa do centro histórico de Lençóis, concentra o melhor do artesanato local. Possui a maior infraestrutura da região, com aeroporto, inúmeras opções de hospedagem, alimentação e agências de turismo.
Ficar sentado no barzinho a noite, ao ar livre, depois de um dia cheio de caminhada, não tem preço!!!! Mas se você gosta de sentar e relaxar em um restaurante, lá tem opções incríveis!!!!
Um dos primeiros lugares que fomos visitar foi o Pai Ignacio! Meu Deussss!!!! Que vista foi aquela???
Pai Ignacio
Situada a 1.120 metros de altitude, o morro do Pai Ignácio oferece uma vista deslumbrante da Chapada!!! Você terá que fazer uma trilha de 20 minutos com subida de 300 metros até o topo da montanha, onde os degraus e pedras são seus piores inimigos! Mas vale muito a pena pois lá tem uma linda vista de 360º e é o mais famoso cartão postal da Chapada Diamantina. O por do sol é imperdível!!!
Vou falar um pouquinho de cada atração da Chapada Diamantina que mais gostei!!!! Tem vários outros passeios, como por exemplo a trilha do Pati que demora 3 dias (podendo chegar até 6 dias), que meu marido fez enquanto eu conhecia outros lugares (nesta época estava mais preguiçosa e não estava a fim de caminhar 3 dias… kkkk).
Pratinha
Um dos passeios mais tranquilos e ao mesmo tempo muito lindo é a visita na Fazenda Pratinha. Lá é possível fazer flutuação, tirolesa e até caiaque em um lindo lago de água cristalina. A flutuação para a observação das formações rochosas e dos peixes é a principal atração da Pratinha, feita com colete salva-vidas, pé de pato e snorkel, sempre em grupos e acompanhada por guias treinados e qualificados em “espeleomergulho”, isto é, mergulhos em cavernas.
Gruta Azul
Visitamos também a Gruta Azul que fica na mesma propriedade da Pratinha. A cor da agua é de um azul impressionante. O lago da Gruta Azul fica escondido sob as raízes de uma árvore da fazenda e tem comunicação com o Rio Pratinha.
Gruta da Lapa Doce
A Gruta da Lapa Doce faz parte de um complexo de cavernas calcárias com cerca de 20 km. Muito ampla, arejada e plana, surpreende pela grandiosidade de sua entrada, com 72 metros de altura, com estalactites e estalagmites. O silêncio interno é impressionante.
Poço encantado
Para chegar até o Poço Encantado, você terá que fazer uma viagem de aproximadamente 2 horas até o município de Itaetê. Seu imenso poço reflete uma coloração azul durante o horário que o raio de sol incide diretamente na água, dando efeito impressionante, sendo um dos principais cartões postais da Chapada Diamantina (de abril a setembro). Para entrar na gruta temos que descer por 220 metros em escadaria com trechos irregulares. O Poço Encantado é o maior e mais profundo, com 98 metros de comprimento e 49 de largura.
Informações úteis:
Melhor época para ver o raio: 01 de abril a 10 de setembro
Melhor horário para ver o raio: das 10h às 13h30
Tempo de permanência no atrativo:
máx. 15 min. na baixa e alta temporada
Taxa de visitação: R$ 20,00 por pessoa
Localização: Município de Itaetê
Distâncias de carro saindo de: Andaraí 45 km, Mucugê 47 km, Lençóis 141 km.
Poço Azul
Uma caverna inundada por águas cristalinas e azuladas só poderia ganhar o nome de Poço Azul. A profundidade chega a 16 metros e é permitido flutuar em alguns trechos – apesar da profundidade, dá para observar as formações rochosas incríveis debaixo da água transparente. Vá no início da tarde, quando a incidência do sol deixa as águas ainda mais azuis. Já no Poço Azul é permitido realizar flutuação pelos seus 40 metros de extensão e 20 metros de largura, pois a água é corrente, evitando que a oleosidade do corpo dos banhistas suje-a.
Informações úteis:
Melhor época para ver o raio: de 08 de fevereiro a 20 de outubro
Melhor horário para ver o raio: 12h30 às 14h
Tempo de permanência no atrativo:
baixa temporada – até 40 min.
alta temporada – até 20 min.
Taxa de visitação: R$ 15,00 por pessoa
Localização: Município de Nova Redenção
Distâncias de carro saindo de: Andaraí 46 km, Mucugê 64 km, Lençóis 86 km.
Curiosidade sobre a cor azul: Para o biólogo Roy Funch, um dos fundadores do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o tom azulado da água se deve basicamente pela mesma razão que o céu é azul. “A luz visível que vem do sol é composta por todas as cores e, ao encontrar com a atmosfera, ela passa direto, enquanto a luz azul bate nas moléculas de nitrogênio e oxigênio e é refletida em todas as direções”, explica.
Cachoeira do Buracão
A Cachoeira do Buracão é mais uma das mais incríveis cachoeiras da Chapada Diamantina. São 85 metros de altura com um poço enorme e um cenário deslumbrante. É preferível pernoitar em Ibicoara ou Mucugê. Ficamos na cidade de Mucugê e ela é uma graça! Lembro até hoje que passamos por uma janela de uma casa lotada! Resolvi dar uma olhadinha pela janela e não gostei muito do que vi… kkk.. era um caixão! Estava tendo um velorio! Affff)
No dia seguinte seguimos para o Buracão. A caminhada para chegar na cachoeira dura cerca de 1 hora passando por belos cenários como Rio Manso, “Espalhado” – conjunto de pequenos poços formados pelo rio, Buracãozinho (piscina em meio a um cânion) e cachoeiras das Orquídeas e do Recanto Verde.
Chegando lá em baixo, chega-se a um cânion de três metros de largura e 90 de altura (por onde corre um rio de águas escuras), que leva ao Buracão. Nesse ponto, há duas opções: colocar um colete salva-vidas e nadar (mais segura) ou atravessar uma pinguela em meio aos paredões, além de caminhar agarrado às pedras (deixe essa tarefa para o guia, que levará sua máquina fotográfica com segurança).
Quem enfrenta os desafios é recompensando com uma grande aventura – nadar próxima à queda, de 85 metros, e até entrar atrás da cortina de água, dependendo do volume.
No caminho de volta, dois mirantes naturais descortinam a queda e o “buracão” de cima – a vontade é de voltar e sentir a emoção toda de novo! Que lugar incrível! Isso por que não tinha muita agua quando fui!
E antes de voltar para a trilha que chegava no carro, um ultimo mergulho neste lugar tão completo e maravilhoso!
Ribeirão do Meio
O Ribeirão do Meio está situado no leito do Rio Ribeirão, a 3,5 km de Lençóis, portanto, de fácil acesso para quem está na cidade. É um grande poço com um tobogã natural, ideal para nadar. Esse passeio também pode ser combinado com a Cachoeira do Sossego.
Trilha do Vale do Pati
A caminhada pela trilha do Vale do Pati eu não fiz pois tinha que caminhar por 3 dias e eu preferi conhecer outras lugares, mas meu marido foi.
São 3 dias caminhando com um visual incrível. Subidas e descidas onde muitas vezes o corpo pedia para parar, mas esse cansaço era recompensador com a vista do vale ou com aquela cachoeira maravilhosa prontinha para o banho.
No fim do dia você chegava na pousada de nativos que ofereciam quartos e banheiros coletivos. Um casebre bem simples, com piso de concreto, luz de velas e banho de agua fria… um alivio chegar! Você tem que levar a sua própria mochila, por isso pense bem o que vai levar!!!
Agora tem outros lugares que eu não tive a oportunidade de conhecer pois não podia ficar mais tempo mas não posso deixar de comentar. As fotos, lógico, não são minhas. Se você tiver tempo, inclua esses lugares no seu itinerário pois deve valer muito a pena!
Cachoeira da Fumaça
É a maior cachoeira da Chapada Diamantina, tem 380 metros de altura (segunda mais alta do Brasil). A caminhada para a Cachoeira da Fumaça tem 12 km de extensão, sendo 6 km para ir e 6 km para voltar. Dos 6 km temos quase 2 km em terreno íngrime de desnível acentuado. Pessoas que se consideram sedentárias podem sentir dificuldades. Na volta temos que descer tudo o que subimos para chegar na Cachoeira da Fumaça. Ao descer toda a atenção é necessária porque quando junta areia em cima da pedra é fácil de escorregar. Vista impressionante do vale profundo de diferentes ângulos da cachoeira.
Marimbus
O mini pantanal da Chapada Diamantina é um passeio tranquilo e relaxante. Usamos canoas de pescador movidas a remo para descer o Rio Santo Antonio por 8 km até o Rio Roncador, onde paramos para curta caminhada até os caldeirões naturais onde vamos tomar um delicioso banho de rio.
O Marimbus localiza-se entre os municípios de Lençóis e Andaraí. É uma planície inundada pelos rios Santo Antônio e Utinga e outros que descem as serras do Parque Nacional da Chapada Diamantina. É o local onde há os maiores peixes da região, como o Tucunaré, além de capivaras, jacarés e inúmeras espécies de aves. A comunidade do Remanso, 45 minutos de Lençóis, é a porta de entrada para esse mini pantanal. Em pequenos barcos de madeira providos de remador, ou kaiak (disponível para aluguel), é efetuada a travessia de uma hora e quarenta minutos, até a foz do rio Roncador, onde deixamos a canoa e caminhamos. Após 20 minutos de caminhada leve chegamos no restaurante, onde é servido o almoço, uma comida caseira regional (opcional) em um antigo casarão que foi sede de fazenda. Foi um dos mais rentáveis garimpos de diamante. À tarde, banho nas piscinas naturais e retorno a Lençóis pela antiga estrada do garimpo (18 Km de off road) ou de barco/kayak pelo mesmo curso. Podemos optar por Mountain Bike na volta, fazendo a trilha de 18 km até Lençóis movidos a pedal.
Gruta Torrinha
A mais interessante gruta da Chapada é tomada por ornamentações, como as agulhas de gipsita, com 60 centímetros de comprimento; e as raras flores de aragonita, que parecem de vidro. As visitas guiadas duram entre uma hora e duas horas e meia e, em alguns trechos, é preciso andar agachado. A gruta fica em Iraquara.
Cachoeira dos Mosquitos
O passeio para a Cachoeira dos Mosquitos sai de Lençóis pela manhã com trajeto de carro por aproximadamente 1 hora. Descemos o primeiro “lance” de escadas por 10 minutos até o topo da cachoeira, onde temos uma bela vista do vale e piscinas naturais. Descemos a trilha por aproximadamente 25 minutos para chegar na parte baixa da cachoeira, onde podemos tomar delicioso banho numa das mais belas cachoeiras da região com queda d’água de 60m.
No local é possível fazer rapel na cachoeira ou apenas contemplar as belezas do lugar, com suas pedras, rio e mata exuberante.
DICAS IMPORTANTES:
QUANDO:
Não existe época desaconselhável para a Chapada. As chuvas de verão (novembro a janeiro) podem enlamear as trilhas, mas deixam as cachoeiras mais caudalosas. Entre março e maio, passadas as chuvas de verão, você vai encontrar a Chapada mais verde; e entre maio e setembro, dificilmente vai pegar alguma chuva. O meio do ano — entre maio e setembro — é também a época em que, nos dias claros, as grutas Azul, do Poço Azul e do Poço Encantado recebem a incidência de raios de sol que deixam suas águas azuladas.
HISTORIA
A história resumida da região do parque nacional pode ser dividia em 3 fases.
O povoamento se deu com a descoberta de diamantes na região de Mucugê, em 1844. A notícia se espalhou rapidamente e num espaço curtíssimo de tempo muitos aventureiros começaram a chegar de Minas Gerais, São Paulo, Reconcavo Baiano e até mesmo da Europa. O primeiro ciclo do diamante foi curto (aprox 30 anos) e próspero, já que os diamantes encontrados aqui eram os mais puros e valiosos do mundo. A descoberta de jazidas na África do Sul fez o preço do diamante chapadeiro cair vertiginosamente.
O segundo ciclo se deu com o carbonato na virada do século XIX para o XX: um tipo de diamante escuro e opaco, sem nenhuma beleza, que foi desprezado pelos garimpeiros do primeiro ciclo porque não tinha valor comercial. O que não se sabia era que o carbonato era o material natural mais duro do planeta, inclusive mais resistente que o diamante. Ele tinha finalidade industrial, era usado na ponta de brocas para escavar túneis como o Metrô de Londres e o Canal de Suez, no Panamá. Após os anos 30 um material sintético muito resistente começou a ser fabricado e o preço do carbonato caiu deixando economia da região em colapso. Dos anos 30 até os anos 90 a região teve um período chamado de coronelismo, onde o poder político era também o poder econômico. Aquele que tivesse mais influencia política consequentemente teria o poder econômico nas mãos. Nesse cenário se destaca o Coronel Horácio de Matos, que de tão poderoso e influente foi o responsável em perseguir a Coluna Prestes da Chapada Diamantina até os limites do Brasil com a Bolívia. Horácio morreu em 1931, mas a economia continuou sendo gerida pelas famílias influentes da região, até os anos 90, com a chegada do turismo e a possibilidade de crescimento de qualidade de vida da população através de uma gestão sustentável dos recursos que o turismo proporciona.
Agora é só marcar a sua viagem para a Chapada e aproveitar esses e muitos outros passeios por la. A Chapada ofere passeios até para que quer ficar 30 dias por lá! Um lugar super completo.